Quem poderia imaginar que um imóvel que estava ocioso por 15 anos, apesar de sua estrutura e localização privilegiada, fosse ser locado em meros três meses de trabalho? Foi exatamente o que aconteceu, depois que a Select Park fechou um contrato de gestão interina de parte do terreno, para implantar um estacionamento em Alphaville. “A locação temporária é uma modalidade que traz bom rendimento para donos de imóveis que não querem vender a propriedade e também não querem locar por longos períodos”, explica Fabio de Almeida Catelan, sócio da Select Park, empresa de administração de estacionamentos que atua no setor, dentre outras formas, por meio de contratos temporários de gestão, em imóveis / terrenos que continuam disponíveis para locação para outro fim.
Em Alphaville, a empresa vem aos poucos aumentando o número de parceiros e recentemente assumiu a gestão de alguns galpões e terrenos que hoje se tornaram lucrativos para seus proprietários. Esse processo por vezes leva tempo, até que o proprietário do terreno entenda o modelo de negócio e se sinta confortável com ele. “Este tipo de locação não é muito frequente porque o proprietário teme que, ao alugar o local para um estacionamento, por exemplo, ele fique impedido de vender ou alugar o imóvel para outros interessados”, afirma.
Nesse sentido, o executivo da Select Park alerta que os contratos de locação temporária da empresa com seus parceiros são feitos com todo o rigor, para que não haja qualquer empecilho de venda ou locação do local. “Temos contratos de 30 dias renováveis por mais 30, e assim sucessivamente, para que o proprietário possa ter liberdade e fazer negócios mais vantajosos. Afinal de contas, se ele é dono de uma área que vale R$ 5 milhões, por exemplo, não pode deixar de alugar para uma grande empresa ou até mesmo vende-la por conta de um aluguel infinitamente menor para um estacionamento”, completa.
O modelo de negócio da Select Park é fazer o local ter rentabilidade enquanto está ocioso. Além disso, neste período de locação temporária para estacionamento, o local é valorizado pelo fluxo diário de pessoas que deixam seus carros guardados. “Muitas pessoas passam a ter interesse no prédio ou galpão e pedem para visitar. A partir daí, surgem novas oportunidade de negócio que antes não existiam, porque o local estava fechado, sem cuidado, sem segurança”, emenda. “Sob a nossa gestão, o local passa a ter zeladoria, segurança e passa a ser mais valorizado só pelo fato de estar sendo um motor na economia local”.
Para Fabio Catelan, o resultado do negócio firmado em alguns galpões e terrenos ociosos contribui com a queda da taxa de vacância no setor, que teve recuo e está na casa de 19%, segundo dados da Colliers Internacional Brasil.
Matéria publicada na edição 476 do jornal Giro S/A.
